27/11/09

Canchungo, 13 a 20 de Novembro de 2009



Em Bissau assistimos à última chuva do ano, a fazer lembrar os morteiros finais do fogo-de-artifício. Que tempestade… Relâmpagos e chuva torrencial fazendo estragos por todo o território. Pela última vez no ano o cheiro a terra molhada… agora é comer o pó da estrada, como dizem por aqui.

As últimas semanas foram vividas já em pleno mato. Canchungo é uma cidade de interior, rodeada de tabancas (pequenas aldeias). Apesar de a região (província) se chamar Cacheu e esta cidade ser a capital da região, a verdade é que Canchungo é bastante mais desenvolvido (cuidado com este conceito) e, portanto, é cá que se encontram as instituições do governo central, regional e mesmo local. Também por isso é que a equipa da FEC, da região de Cacheu, está instalada aqui.

O objectivo do projecto em que estamos envolvidos é o da melhoria da qualidade do ensino básico e a divulgação da língua portuguesa, resultado de um diagnóstico às principais dificuldades da educação na Guiné, dado pelo próprio ministério da educação e confirmado pela experiência de dez anos da FEC no território.

Foi pedido à FEC que trabalhasse com as escolas públicas de iniciativa comunitária. Ou seja, escolas que o ministério tutela, mas que nasceram do impulso das próprias comunidades locais, uma vez que as escolas do estado não conseguem chegar a todo o território. São, portanto, escolas construídas, geridas e suportadas pelas tabancas que as criaram. Um trabalho cheio de mérito!

Neste sentido, a capacitação dos directores e professores revelou-se a necessidade mais premente, uma vez que geralmente o director acumula a função de único professor da escola, tendo de dar aulas às quatro classes existentes. Um trabalho impensável no Portugal de hoje. Se tivermos em conta que grande parte destes professores é algum “filho da tabanca” que conseguiu ir até Bissau fazer a nona classe e regressou porque não teve posses para mais… facilmente percebemos o quanto a formação é imprescindível!

A esta falta de preparação na área da gestão e administração escolar e na área da pedagogia (pensemos na preparação dos nossos alunos do 9º ano para serem directores e professores de escolas primárias tendo de leccionar as quatro classes…), teremos ainda de juntar a questão da língua. Quem acompanhou as nossas impressões de Moçambique lembra-se das dificuldades que sentimos ao perceber que o português não era para nenhum dos nossos alunos a língua materna e tendo de o ensinar como língua oficial. Pois bem, aqui o caso complica, e muito! É que para além da língua local (que aqui, na região de Cacheu, pode ser manjaco ou balanta dada a existência dessas duas etnias), temos o crioulo que é já, para muitos, uma segunda língua, a verdadeira língua de unidade nacional. Juntemos agora a obrigatoriedade (teórica!) do ensino em português, língua oficial, e temos a verdadeira babel guineense! Na realidade, (quase) não se ouve falar português nas ruas da Guiné. E essa é outra grande dificuldade para o ensino.

É neste contexto que a FEC também proporciona formação de língua portuguesa aos professores das escolas englobadas pelo nosso projecto, para além de apoiar programas de rádio em português, de forma a desenvolver a coloquialidade. Este é um projecto que o Miguel já está a abraçar aqui em Canchungo, numa das rádios comunitárias locais.

O nosso objectivo é formar bons formadores guineenses que possam disseminar boa formação pedagógica e linguística nos professores das escolas comunitárias, de forma a permitir cada vez mais a sustentabilidade do ensino pelos próprios guineenses. É este o processo que eu estou a coordenar.

Os professores, verdadeiros heróis, vão, portanto, ensinando o que sabem, da melhor forma que conseguem. Quase sempre sem carteiras, apenas troncos de madeira onde sentar os alunos, sem quadro, sem cadernos, livros ou material de escrita. Por vezes, com alguma sorte, a UNICEF já passou por aqui e patrocinou algumas carteiras escolares, ou alguma Associação de Emigrantes de “Filhos da tabanca” bem sucedidos no exterior financiaram chapas de zinco para o telhado. Mas nem isto acontece sempre – uma das escolas que visitamos, feita de folhas de bananeira, não tem tecto. Está construída debaixo de uma árvore, o que dá um efeito lindíssimo, devo confessar. No entanto, levanta sérios problemas – é que se a sombra fica assegurada, resolvendo a questão do sol, na época das chuvas a escola vê-se obrigada a fechar por não ter condições. Na verdade, na época das chuvas a escola é destruída pelas fortes tempestades. Todos os anos, após seis meses de chuva, a comunidade levanta a pequena sala de folhas de palmeira, a céu aberto, de forma a poder albergar, durante mais seis meses, os meninos das quatro classes. Conseguimos imaginar uma escola totalmente dependente da sazonalidade, só porque a comunidade não tem dinheiro para comprar os materiais para construir um edifício? É muito difícil, e é muito difícil olhar estas pessoas nos olhos… Apesar das suas dificuldades, não nos pedem muito. Apenas nos falam das suas dificuldades – são balantas, não têm tradição de emigração (esses são os manjacos que recebem ajuda dos seus emigrantes e, consequentemente, têm escolas melhores), não têm apoios de nenhuma ONG, portanto… nem o edifício conseguem levantar… quanto mais falar de materiais didácticos. E estamos a falar de chapas de zinco e pregos!! Tudo o resto a comunidade prepara (madeira e tijolos), levantando ela mesmo a estrutura.

Não conseguindo ficar indiferentes, pensamos apoiar esta construção – será que conseguíamos mobilizar alguns esforços para conseguir a quantia necessária à construção desta escola, em Bidjope? E falamos em valores que rondarão os 500euros. Fica o desafio no ar!

Seguindo, a FEC, para além de assegurar a formação destes professores, quer a nível da língua portuguesa, quer a nível dos conteúdos que se leccionam no ensino primário (português, matemática e ciências integradas), quer ainda ao nível da pedagogia e da didáctica, trabalha com a comunidade local a fim de a envolver cada vez mais no processo educativo das suas crianças. Muitas crianças vão à escola de forma irregular, uma vez que têm de ajudar as famílias nas bolanhas (campos de arroz) ou noutros trabalhos agrícolas, o que prejudica a sua aprendizagem. É por isso que aqui é impensável trabalhar-se a escola fora da sua comunidade.

Como nada disto é possível sem materiais de apoio, a FEC entrega, às escolas envolvidas no projecto e já com provas dadas de bom aproveitamento das formações em anos anteriores, manuais escolares e outros produtos didácticos. É necessária uma grande racionalização dos materiais existentes face às enormes necessidades locais e aos recursos que a própria FEC tem disponíveis.

Foi, então, isto o que andamos a fazer nesta primeira semana de “campo” – verdadeiros safaris pelas tabancas do interior de Canchungo de forma a visitar a escolas com as quais vamos trabalhar neste projecto. Pura emoção!

Não é fácil imaginarem a alegria das crianças quando lhes entregamos os livros, talvez os primeiros livros em que pegaram na vida, os seus novos manuais escolares… é de cortar as palavras. Pena ter de vir sempre a recomendação: “mas não são para levar para casa, é para ficarem cá, serem bem conservados para darem para os meninos dos próximos anos”… Também, em casa serviam para quê? Sem luz, sem qualquer tipo de condições para o estudo.

O momento da entrega dos manuais é tão importante que estão presentes elementos das comunidades – os homens e as mulheres grandes (os mais velhos e que já tenham feito os rituais de iniciação locais), representantes de associações e outros grupos. É sempre muito bonito e intenso. Cada um toma a palavra – nós a explicar o que estamos a lá fazer, eles a agradecerem a nossa presença, o apoio com os materiais, o importarmo-nos com eles e com as suas crianças, permitindo-lhes um futuro melhor.

Passamos sempre a ideia de que não queremos criar dependências. A FEC quer poder sair das escolas o mais depressa possível, por isso aposta na capacitação de directores e formadores locais. Quanto mais formação o pessoal das escolas tiver, mais apta estará a enfrentar o futuro. Apresentam-nos, também, as suas preocupações, que nos são bem visíveis – a falta de todo o tipo de material, a deficiência da própria construção da escola, a falta de livros, a falta de formação adequada, a falta de uma fonte de água próximo da escola para alunos poderem beber, a falta de latrinas… tudo é mais do que visível e necessidades completamente básicas. Livros de sumários? Registo de faltas? Qual quê? O professor tem um caderno que serve para tudo... e isto depende do empenho e da formação do próprio professor.

Numa das escolas havia uma classe da pré-primária. Ficamos contente por saber, revela o empenho dos pais daquela comunidade e o reconhecimento da importância da escola. Mas a visita foi desoladora. Mais de trinta crianças, numa sala igual às salas de todas as outras classes, com duas bonecas na mesa do professor… Paredes vazias, nenhum material… Apesar de ser a primeira vez que vimos um brinquedo nestas escolas, não conseguimos deixar de pensar na nossa outra vida…

Depois da visita às quatro escolas envolvidas no projecto anterior, onde fomos entregar o material didáctico para este ano, passamos a visitar as novas dezasseis escolas que o projecto abraçará nos próximos três anos aqui em Cacheu (depois de um projecto piloto de quatro escolas, a FEC alargou a sua intervenção a mais dezasseis escolas, mantendo apenas um acompanhamento trimestral às primeiras), de forma a nos apresentarmos às comunidades das tabancas, quer como instituição, quer como representantes do projecto de formação que teremos. Têm sido experiências fascinantes!

As viagens são lindíssimas. Temos a ideia de que tudo nos pode acontecer. Quanto não poderia custar uma experiência destas na Europa? Queremos desportos radicais?

Visitamos escolas a 40 kms de Canchungo, por exemplo. Nada de muito longe, mas que pode durar uma manhã. Se não fosse a carrinha e a tracção às quatro rodas teríamos atolado todos os dias. Grande parte das vezes apercebemo-nos que as escolas que estamos a visitar não recebem a visita de um carro há meses (e isto porque em Junho sabemos que a FEC lá esteve a encetar relações para o projecto deste ano, senão, arriscaríamos a dizer que nunca tinham visto um carro…), uma vez que não há caminho aberto para carro. Tivemos mesmo que andar no meio do mato, por cima do capim, tentando adivinhar a forma de chegar aos locais. Numa das visitas, à escola de Biaganzinho, perdemo-nos mesmo e fomos dar a um local sem passagem devido a árvores caídas e à existência de um ribeiro para atravessar. Procuramos obter informações e disseram-nos que era possível abandonar o carro e ir a pé até à escola que ficaria a 15 metros do local. Aventuramo-nos no meio do mato. Chegámos, é verdade, mas andamos mais de meia hora… as medidas de comprimento precisam de ser revistas por aqui!

Vamo-nos apercebendo da dificuldade de transporte por aqui. A FEC tem apenas uma carrinha, que era suficiente até este ano. Com o novo projecto, a sua implementação em quatro regiões diferentes (Bissau, Cacheu, Bafatá e Mansoa) e o alargamento a um número elevado de escolas está a trazer a grande dificuldade de mobilidade. Neste momento, estamos a funcionar com o sistema de distribuir a carrinha uma semana para cada região. Aproveitamos, pois, para visitar as escolas com piores acessos na semana em que temos a carrinha FEC cá. Pior são as outras três… temos que alugar um carro mas como aqui são todos de qualidade duvidosa, não faltam casos em que ficamos pelo caminho, temos de empurrar os carros pois não pegam de outra forma… Tudo pode sempre acontecer! Mas temos de aprender a viver com o que temos, não é assim?

Outra situação engraçada ligada à estrada são as indicações de como chegar – “é virar no cajueiro”, “é depois da plantação de mancarra” (amendoim)… Bem, uma vez que não somos peritos em botânica… “vira-se no sítio onde está o homem dos calções amarelos”… será que o homem está sempre naquela bifurcação? E sempre de calções amarelos? Pois… mas a verdade é que estava, assim como estava em Junho! :D

E é nestas actividades que temos passado as nossas semanas por aqui – de manhã andamos a conhecer as escolas, à tarde preparamos as formações que vamos dar e supervisionar, estabelecemos contactos com outras instituições locais…

Também nos contactos de vizinhança temos feito desenvolvimentos. Como moramos na avenida central (!) de Canchungo, há sempre movimento e às vezes já vamos tendo dificuldade em trabalhar com tantas visitas. O Miguel então, nem se fala! Todos conhecemos os seus dotes de socialização. :D Há sempre gente a espreitar na rede mosquiteira (aqui a porta está sempre aberta, felizmente) e a perguntar pelo Miguel!. Na primeira semana, quando passávamos na rua, sempre ouvíamos gritar “branco umpelele” – a forma dos meninos nos cumprimentarem, chamando “branco muito branco”. Agora, já todos dizem “Miguel, Miguel”! Quando ainda nos chamam de branco, nós respondemos com “preto umbau”, que significa “preto muito escuro”! E ficamos todos felizes com estas brincadeiras. É uma alegria ver como estes meninos nos abraçam!

Quando começaram a ganhar confiança, começaram a vir pedir-nos para fazer desenhos. Na verdade não têm muitas oportunidades de ter papel e material de pintar. E como a nós não nos custa… Ao fim da primeira semana, e porque o número de candidatos crescia (também devido aos rebuçados que o Miguel distribui, creio eu! :D) não nos deixando trabalhar durante as tardes, determinamos horários para a hora do desenho. Temos agora um mini ATL aqui em casa! :D

A cidade de Canchungo, chamada de “Teixeira Pinto” no tempo colonial, é habitada pela etnia manjaca e balanta, dois povos muito diferentes. Enquanto os manjacos são de organização vertical, hierárquica e têm chefes bem definidos, os balantas são democráticos por natureza, partilhando a comunidade de todas as decisões a tomar. É engraçado ver como estas características se espelham na organização da própria comunidade e escola. Trabalharemos com ambos os tipos.

A nível religioso, existe a missão católica, dirigida pelo Pe. Henriques (tio de uma amiga nossa do Porto, por coincidência) e a mesquita, que fica mesmo por trás de nossa casa. Tem o seu quê de musical ouvir a chamada à oração, cinco vezes ao dia. Essa litania já vai entrando nas nossas rotinas auditivas. De manhã bem cedo até ajuda a embalar o sono, já leve.

Claro que estas duas religiões convivem com o animismo, religião local, que é a crença mais embrenhada na população local. E é bonito ver que cristãos e muçulmanos podem conviver lado a lado. O Pe. Henriques fala com todos na rua e todos o conhecem. Mesmo os mouros, que se reconhecem pela sua maneira de vestir, param para trocar umas palavras com o “branco umpelele”. :D

No segundo fim-de-semana de Novembro conseguimos passear um pouco – fomos até Mansoa, onde está uma das nossas colegas de projecto. É uma cidade bonita, que tem alguma geminação com Matosinhos. Lá está a grande “avenida de Matosinhos”, inaugurada pelo Exmo. Sr. Narciso Miranda… As coisas que nós andamos por cá a fazer!

Conseguimos, ainda, visitar Cacheu, a cidade capital de região que foi, também capital da Guiné no tempo colonial. Pelo que percebi, foi também dos locais difíceis na altura da guerra. Hoje Cacheu é uma cidade deserta, em ruínas. Ao estilo das cidades fantasma dos westerns americanos. A vista sobre o rio que lhe deu o nome é lindíssima.

Aqui podemos ainda verificar a presença dos portugueses – uma igreja quinhentista, dizem aqui que é a primeira construída pelos portugueses na costa ocidental africana; uma praça com um monumento, jardim e banquinhos sobre o rio, e o pequeno forte, onde jazem algumas estátuas que deviam embelezar o jardim anexo: Teixeira Pinto, Nuno Vaz e Diogo Cão que, de mão na testa, sobre os olhos, tenta vislumbrar o que está para além do horizonte… Não consigo deixar de me comover com estas imagens! Evitando julgamentos anacrónicos nem tomando partido, não consigo deixar de me comover ao encontrar pedaços da nossa história espalhados pelo mundo. Aquela imagem de um enorme Diogo Cão de bronze mirando o mar e o além, na direcção do pôr-do-sol, naquele fim de tarde, provocou-me um arrepio na espinha, tenho de confessar.

Nestes três fins-de-semana de Novembro encontro-me em Bissau para dar formação aos vinte e quatro formadores guineenses, anteriormente já formandos de projectos FEC, que foram seleccionados para formarem os tais professores do ensino básico. Desta forma, em vez de termos vinte ou trinta professores em formação, vamos conseguir ultrapassar os duzentos (entre a região de Cacheu e Bafatá). Esta organização em cascata parece-me mesmo a indicada para a criação de independência e passagem de responsabilidade. Quem sabe no final do projecto poderemos sair destas escolas e partir para outras, ainda abandonadas? É o nosso maior desejo.

Terei, portanto, a meu cargo, doze formadores que irão dar formação por toda a região de Cacheu, nas tais vinte escolas – cabe-me a mim dar-lhes formação intensiva durante este mês e acompanhá-los de perto durante todo o ano, com encontros semanais, de modo a prepararmos planos de aula, elaborarmos recursos, delinearmos estratégias... Terei ainda de assistir a sessões de formação quer destes meus formandos, quer dos professores a quem eles vão dar formação. Só vou supervisionar, no fundo! Tipo orientadora de estágio ou coisa parecida. Para já está a ser muito interessante.

Antes de terminar, ainda tempo para uma história engraçada – a FEC é financiada pelo IPAD (Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento), instituição do estado português que apoia a cooperação, e tem o apoio pedagógico da ESE de Viana do Castelo. De vez em quando eles fazem uma visita de monitorização aos seus financiados, para verem como correm as coisas no terreno. A semana passada, a equipa da FEC de Canchungo teve o privilégio de receber a visita dos senhores brancos! Foi uma festa! :D

Escolhemos uma escola de uma tabanca bem pobre para eles verem bem a realidade. A comunidade, já de pré-aviso, recebeu-nos muito bem. Acho que nunca tinham visto tanto branco junto… :D (continuamos a ter meninos que choram quando nos vêem!)

Depois de visitarem a escola (uma das novas no projecto), visitaram ainda o liceu Ho Chi Minh, de Canchungo, que vamos começar a apoiar, e o Centro de Desenvolvimento Educativo (vulgo, biblioteca pública) da mesma cidade, construído pela FEC e também apoiada pelo nosso projecto. Foi uma grande alegria na cidade!

Em todos os locais, grandes discursos oficiais – o vice-presidente do IPAD, o representante da embaixada portuguesa, o representante da FEC, o director da escola… No liceu de Canchungo, onde foi apresentada a nova parceria, o director chamou o representante da FEC na região, o Miguel, para o “cobrir com panos”, simbolizando, como ele mesmo explicou, o recém-nascido que precisa de ser protegido para bem se desenvolver, neste caso o início da colaboração. Foi um momento bonito! E o Miguel ficou todo catita com os panos do Amílcar Cabral… :D

Aconteceu ainda outro caso curioso – quando tive oportunidade, durante a visita, procurei o colega da ESE de Viana do Castelo que está a colaborar connosco no projecto. Perguntei-lhe se ele conhecia a Maria Benedita Bastos, arguente da minha tese, ao que ele respondeu: “Ah! Não me digas que és a da literatura e dos manuais escolares de Moçambique!”… :D O mundo é tão pequenino!! Um encontro engraçado que abriu caminho a uma longa e interessante conversa.
E bem, é isso… nos próximos episódios falaremos da festa do nosso primeiro Tabaski (feriado muçulmano que festejaremos no próximo fim-de-semana). Muito ecuménico!

Abraço e até breve,

3 comentários:

African Queen disse...

Olá Miguel e La Salete (acho que não nos conhecemos :))! A Raquel do CEAUP enviou-me o link (Obrigada!) Imaginou e bem, que eu gostaria de acompanhar a vossa aventura.
Antes e mais desejo-vos toda a sorte do mundo. Não tenho experiência da Guiné, apesar de conhecer o vosso projecto, mas a vossa descrição fez-me lembrar tanto, mas tanto Moçambique... até aquela coisa estranha das crianças chorarem a ver mulungo :) Que saudades! O Quénia não se compara e nunca vai ficar no meu coração como Moçambique, ou como a Guiné ficará concerteza no vosso!
Boa sorte, muito sucesso e boa aventura!
Eu vou acompanhando sempre que puder.
Gabriela

African Queen disse...

OLá! A Raquel reenviou-me a mensagem, obrigada!Qd eu disse que achava que não nos conheciamos referia-me à La Salette :) e não a ti Miguel. E podes comentar no blog que eu recebo na minha cx de correio :)
Continuação de bom trabalho e actualizem o blogue que eu vou passando por cá para vos acompanhar.
Abraço!

Unknown disse...

Olá malta.
Miguel, está tudo?
E como vai a minha professora favorita?
O que vocês contam é mesmo do outro mundo, mas só quem já esteve em sítios assim pode imaginar.
Estão a fazer um magnífico trabalho, acima de tudo com paixão. Orgulho-me de ser vosso amigo.
Ainda bem que não há muitos doces... Vai tudo andar na linha, vão estar uns modelos quando voltarem. Há sempre um sítio para perder a cabeça, desculpem, o estomago, mas depois volta-se ao normal.
Não conheço a África mas no Oriente é igual, fazem muito poucas doçarias. Consigo comparar hábitos e paisagens com as que conheço do Oriente (Filipinas, Malasia, Tailândia) apenas com outras caras e cores.
Adoro a notícia de passarem do nada para os telemóveis, de sem electricidade directamente para os painéis solares.
Afinal há coisas boas no progresso, e que não vão contra a Mãe Natureza, para quem começa do nada, porque não ir logo para elas? É o que nós deveríamos estar a fazer, mas cá deste lado do mundo outros valores se levantam (money...).
Acerca da nostalgia que têm dos antigos portugueses, devo dizer com a minha natural sinceridade que para mim é muito simples: que lhes deixámos nós, o tempo todo que aí estivemos? Um professor que aprendeu português e ganhava 50 cêntimos de vez em quando?
Alguns que melhoravam de vida com as nossas esmolas?
Ainda agora disse que começavam do nada (ou quase).
Algo aí fizemos enquanto estivemos, mas nada de relevante, que tenha mudado para melhor a vida deles. Gostava eu de saber o que fizemos de bom aí, contem-me.
Estarei a pensar mal?
Agora sim, agora vocês estão de corpo e alma, isso sim!!!

Miguel e LaSalete,
Grande abraço e beijinho, pela ordem certa.

Fernando Ferreira
Little Dragon
Keep up the good work